2 de dezembro de 2014

Mas sinto a tua falta

Acordar os cantos dos meus lábios com o sabor frívolo dos teus.

Ver um típico filme francês com aquele género de música que tanto gosto e os cabelos curtos das raparigas que usam um casaco de malha e falam com uma inocência tremenda.
18:51.
Encontrei agora um rádio antiquíssimo que me diz o tempo para amanhã. Vai chover. Acreditas? E eu não vou poder estar contigo no sofá cómodo, empoleirada à janela de madeira com a tinta branca a desgastar-se, e a ver, gradualmente, o vidro a embaciar-se com o frio.
E encolho-me.
Sei que te vou escrever naquelas máquinas à mão cada dia que passar e sentir a tua falta. As folhas não são amarelas mas gosto de fingir que sim por isso pinto-as com café que entorno em água.
Tens um cheiro carismático que, pessoalmente, já não sinto, mas nunca o esqueço.

Gostava de estar neste preciso momento sentada contigo à mesa da cozinha, com aquela toalha horrível, azul esverdeado florido, a tomar café com bolachas ao lado.
Acostumo-me a pensamentos que te contenham e isso parece-me sempre familiar e quente.
Ainda que não estejas.